Uma mãe é como
um mágico cobertor
que aquece no inverno,
e no verão se pendura
na ponta de um pau
a dar sombra e frescura.
O cobertor não tem medo
dá nos força no escuro,
como se fosse um escudo
e afugenta os monstros
que habitam por dentro.
Não s’afasta com o vento,
nem mesmo quando
em profunda revolta
para longe o empurro
e chamo de trapo velho.
É constante e presente
só nem sempre se sente,
e por isso nos conhece
como nem a gente,
mas nunca segredo vende.
É fofinho e macio,
da cor da fantasia,
no entando se preciso
torna-se numa malha
de ferro e cortiça.
O ferro não arde,
e nele entrelaçada
cortiça pára choques,
e bebe a água para
qu’o ferro não enferruja.
É fantástico assim
o meu cobertor,
muito bem pensado,
inteligente também
que nem computador.
E se quieto estiveres
e atenção lhe deres
verás quantas verdades
ele traz nas suas linhas
de sábios milenares.
É que ele não é novo,
ainda que perfeito,
foi tecido do estofo
de avós de avós
até longe no tempo.
É mágico porque,
sabendo nos bem,
dá o que precisamos,
atenção, nem sempre
o que queremos.
Assim é a minha mãe.
No comments:
Post a Comment